Meu filho está com dificuldades com os coleguinhas na escola: como devo agir?

Meu filho está com dificuldades com os coleguinhas na escola: como devo agir?

É angustiante para qualquer pai ou mãe saber que o filho está enfrentando momentos difíceis na escola por causa da relação com os colegas. Seja por exclusão, por brincadeiras de mau gosto ou por situações mais sérias de intimidação. Lidar com conflitos entre crianças exige sensibilidade, atenção e, sobretudo, uma estratégia focada no fortalecimento emocional do seu filho.

Apoiar seu filho nesse momento é crucial. O objetivo principal é capacitá-lo a desenvolver atitudes firmes e confiantes para se defender, sem recorrer à agressividade, e a entender que ele tem aliados incondicionais: você e os professores.

Entendendo a situação: o que é conflito e o que é bullying?

Primeiro, é importante distinguir um conflito pontual (uma briga por um brinquedo, um desentendimento ocasional) do Bullying. O Bullying é caracterizado por atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que causam dor e angústia na vítima, com desequilíbrio de poder entre as partes. Se a dificuldade é recorrente e sistemática, é hora de agir de forma mais estruturada.

O essencial é que seu filho saiba que ninguém tem o direito de fazer com ele algo que o incomode, machuque ou o deixe triste, e que o primeiro passo para a solução é a comunicação.

Fortalecendo a criança: atitudes firmes e confiantes

O foco do apoio dos pais deve ser em construir a resiliência e a autoconfiança da criança. Aqui estão as atitudes que ela pode aprender para se defender:

  1. A expressão corporal vence a intimidação: Ensine seu filho a ter uma postura de confiança. Isso inclui manter a cabeça erguida, olhar nos olhos da outra pessoa (sem ser desafiador, apenas firme) e ter uma postura corporal que transmita que ele não é uma vítima fácil. O corpo fala antes das palavras.
  2. A voz firme e o “não” claro: A atitude mais importante é a resposta verbal. A criança deve aprender a dizer "PARE!" ou "EU NÃO GOSTEI DISSO!" em um tom de voz firme, que não seja de choro ou de súplica. Essa resposta imediata e assertiva, muitas vezes, é suficiente para que o agressor recue, pois ele percebe que ali não encontrou uma pessoa que aceitará as agressões.
  3. Use o humor (com cautela): Em situações leves, o uso do humor pode desarmar o agressor. Se alguém o ofender, ele pode responder com algo inesperado, mudando o foco da agressão e mostrando que a ofensa não o atingiu.
  4. Aprenda a sair de cena: Se a atitude firme não funcionar ou se a situação for muito grave, ensine a criança a se afastar imediatamente. "Não é uma briga sua, é um problema do outro." Sair de perto e buscar a ajuda de um adulto é um ato de força e inteligência, não de covardia.

Contar com os adultos: desabafo e a proteção

É vital que seu filho saiba que a família e a escola são seu porto seguro. Ele não está sozinho, e pedir ajuda não é fraqueza.

  • Valide os sentimentos: O primeiro passo é ouvi-lo sem julgar. Diga: "Eu entendo que você está triste/bravo/chateado." Isso abre o canal de comunicação e fortalece o vínculo.
  • Comunique a escola imediatamente: Assim que souber de uma situação de intimidação ou agressão repetitiva, entre em contato com o professor ou coordenador. Professores têm estratégias para observar a dinâmica da sala, mediar conflitos e intervir com o agressor e sua família.
  • Trabalho conjunto: Pais e professores devem alinhar a estratégia. O professor pode reforçar o monitoramento e o ensino da empatia em sala, enquanto você reforça a autoconfiança em casa.
  • Reforço profissional (se necessário): Se a situação causar muita ansiedade, medo ou queda na autoestima, buscar um psicólogo infantil pode ser necessário para que a criança desenvolva ferramentas emocionais para lidar com o trauma e o estresse.

Ter dificuldades com colegas faz parte do crescimento, mas ser vítima de intimidação não. Seu papel é construir um escudo emocional inquebrável em seu filho, ensinando-o a valorizar a si mesmo e a não aceitar o desrespeito de ninguém. Fortaleça-o com amor e confiança, e garanta que ele sempre saberá que tem em você um defensor e um aliado. A melhor forma de combater o Bullying é com atitude firme e a certeza de ter apoio!

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