GERTRUDES, A FADINHA DO DIA DAS CRIANÇAS

Era uma vez uma fadinha.
Ela era muito baixinha e muito enfezadinha.
Seu nome era Gertrudes.
Ela usava o cabelo bem penteado,
e apesar do seu jeito mal humorado,
ela tinha muitas virtudes.
Ela não era muito conhecida.
As crianças não sabiam o seu nome,
nem mesmo que era fada.
Por isso era muito entristecida.
Certo dia, Gertrudes se cansou de não saberem quem ela era
e foi logo pensando em um plano que achava ser mirabolante.
“Encontrar uma criança para acreditar em mim...quem me dera.”
Mas o que isso tem de extravagante?
Não é nada demais, mas para Gertrudes era sim.
Estar sozinha era ruim.
Chega de azedume! Quero celebrar o Dia das Crianças
com alegria e meus amigos vagalumes.
No outro dia bem cedinho, ela estalou os seus dedinhos e
apareceu na escola do Zezinho.
E ele foi a primeira criança que ela viu e escolheu para o seu plano.
Justo o Zezinho…o mais arteiro dos meninos daquele ano!
Primeiro Gertrudes estudou o menininho.
Afinal, precisava saber como convencê-lo a acreditar.
Na escola ele era bem fechado,
e em casa agitado.
Gertrudes quis entender o porquê.
Os pais só diziam: “Criança é assim mesmo. Fazer o quê?”
Já a professora dizia que não sabia como proceder.
Gertrudes ficou com dó do menininho
e resolveu que iria ajudá-lo.
Então…qual foi a magia que a fadinha do Dia das Crianças fez?
Ela apareceu para o Zezinho! E, com isso, o seu medo se desfez.
— Olá, menininho, você sabe quem eu sou?, perguntou Gertrudes, cheia de esperança.
— Não, senhora. Quem é você?, respondeu Zezinho.
— Diga-me: o que você gostaria que a fada do Dia das Crianças te desse?
— Eu posso fazer um pedido? Tipo um gênio da lâmpada?
— Não, hehe. Eu sou Gertrudes, a fadinha do Dia das Crianças. Eu existo para manter a magia desse dia!
— Ah, entendi.
— Então faça o seu pedido, vejamos se consigo lhe ajudar.
— É…eu queria que meu papai e minha mamãe não trabalhassem tanto e brincassem mais comigo.
A fadinha Gertrudes deixou escapar uma lágrima…que dozinha do Zezinho.
Mas deixe estar, ela iria ajudar!
E seu plano começou a traçar.
Sussurrou no ouvido da professora uma ideia: “Um dia na escola cheio de brincadeiras com as famílias. O tema será luz e jardim.” A professora achou que pensou nisso sozinha…mal sabia ela da fadinha.
E a ideia deu super certo! O grande dia chegou.
Todas as crianças com suas famílias e colegas,
brincando no jardim.
Fazendo piquenique, colorindo vagalumes… numa diversão sem fim.
Gertrudes viu Zezinho com seus pais.
Eles estavam felizes, sorrindo e brincando.
Zezinho a viu e deu um tchauzinho.
Ela se sentiu em paz!
Encontrou uma criancinha para acreditar nela
e comemorou o Dia das Crianças sem um pingo de azedume.
Somente com alegria e seus vagalumes!
FIM